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A mostrar mensagens de agosto, 2007

Greguerías-Amor

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Como daba besos lentos duraban más sus amores. _________________ A veces un beso no es más que chewing gum compartido. _________________ La reja es el teléfono de más corto hilo para hablar de amor. _________________ Amor es despertar a una mujer y que no se indigne. _________________ Daba besos de segunda boca. _________________ El primer beso es un robo. _________________ Cuando una mujer te plancha la solapa con la mano ya estás perdido. _________________ Cuando la mujer pide ensalada de frutas para dos perfecciona el pecado original. _________________ El amor nace del deseo repentino de hacer eterno lo pasajero. _________________ En la manera de matar la colilla contra el cenicero se reconoce a la mujer cruel. _________________ Aquella mujer me miró como a un taxi desocupado. _________________ Hay matrimonios que se dan la espalda mientras duermen para que el uno no le robe al otro los sueños ideales. _________________ Si os tiembla la cerilla al dar lumbre a una mujer, estáis perd

I CANNOT live with you.

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Emily Dickinson (1830–86). Complete Poems. 1924. Part Three: Love XII I CANNOT live with you, It would be life, And life is over there Behind the shelf The sexton keeps the key to, Putting up Our life, his porcelain, Like a cup Discarded of the housewife, Quaint or broken; A newer Sèvres pleases, Old ones crack. I could not die with you, For one must wait To shut the other’s gaze down,— You could not. And I, could I stand by And see you freeze, Without my right of frost, Death’s privilege? Nor could I rise with you, Because your face Would put out Jesus’, That new grace Glow plain and foreign On my homesick eye, Except that you, than he Shone closer by. They ’d judge us—how? For you served Heaven, you know, Or sought to; I could not, Because you saturated sight, And I had no more eyes For sordid excellence As Paradise. And were you lost, I would be, Though my name Rang loudest On the heavenly fame. And were you saved, And I condemned to be Where you were not, That self were hell to me.

Solidão

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Solidão Ó solidão! À noite, quando, estranho, Vagueio sem destino, pelas ruas, O mar todo é de pedra... E continuas. Todo o vento é poeira... E continuas. A Lua, fria, pesa... E continuas. Uma hora passa e outra... E continuas. Nas minhas mãos vazias continuas, No meu sexo indomável continuas, Na minha branca insónia continuas, Paro como quem foge. E continuas. Chamo por toda a gente. E continuas. Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas. Invento um verso... E rasgo-o. E continuas. Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho! Pedro Homem de Mello

Poema que aconteceu.

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Nenhum desejo neste domingo nenhum problema nesta vida o mundo parou de repente os homens ficaram calados domingo sem fim nem começo. A mão que escreve este poema não sabe o que está escrevendo mas é possível que se soubesse nem ligasse. Carlos Drummond de Andrade
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Eros Nunca o Verão se demorara assim nos lábios e na água - como podíamos morrer, tão próximos e nus e inocentes? Eugénio de Andrade, Mar de Setembro Uma escolha a duas mãos feito com a Helenita

Torga há 100 anos

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Segredo Sei um ninho e o ninho tem um ovo; e o ovo, redondinho, tem lá dentro um passarinho novo. Mas escusas de me tentar: nem o tiro nem o ensino; quero ser um bom menino, e guardar este segredo comigo, e ter depois um amigo que faça o pino a voar. Miguel Torga