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A mostrar mensagens de maio, 2004
The Fletcher memorial home Take hall your overgrown infants away somewhere And build them a home a little place of their own The Fletcher memorial Home for incurable tyrants and kings And they can appear to themselves every day On closed circuit TV To make sure they're still real It's the only connection they feel "ladies and gentlemen. Please welcome Reagan and Haig Mr. Begin and Friend Mrs Thatcher and Paysley Mr, Brezhnev and party The ghost of McCarthy The memories of Nixon And now adding colour a group on anonymous Latin American meat packing glitterati" Did they expect us to treat them with any respect They can polish their medals and sharpen their Smiles, and amuse themselves playing games for a while Boom boom, bng bang, lie down you're dead Safe in the permanent gaze of a cold glass eye With their favourite toys They' ill be good girls and boys In the Fletcher memorial home for colonial Wasters of life and limb
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A Origem do mal Carlos Tê
Eu amo tudo o que foi, Tudo o que já não é, A dor que já me não dói, A antiga e errônea fé, O ontem que dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia. Fernando Pessoa (1931)
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Tinha guardado para "postar" hoje, daqui do "Central Business District" de Lisboa o poema que esta Mariana tresandando a maresia aqui nos deixou por isso algures entre Alfama e a costa do Castelo aqui vai mais um do José Carlos Ary dos Santos .
Lisboa Alguém diz com lentidão: "Lisboa, sabes..." Eu sei. É uma rapariga descalça e leve, um vento súbito e claro nos cabelos, algumas rugas finas a espreitar-lhe os olhos, a solidão aberta nos lábios e nos dedos, descendo degraus e degraus e degraus até ao rio. Eu sei. E tu, sabias? Eugénio de Andrade
Faz-me o favor... Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada! Supor o que dirá Tua boca velada É ouvir-te já. É ouvir-te melhor Do que o dirias. O que és nao vem à flor Das caras e dos dias. Tu és melhor - muito melhor! Do que tu. Não digas nada. Sê Alma do corpo nu Que do espelho se vê. Mário Cesariny
Cogito eu sou como eu sou pronome pessoal intransferível do homem que iniciei na medida do impossível eu sou como eu sou agora sem grandes segredos dantes sem novos secretos dentes nesta hora eu sou como eu sou presente desferrolhado indecente feito um pedaço de mim eu sou como eu sou vidente e vivo tranqüilamente todas as horas do fim. Torquato Neto
Pombo-Correio Os garotos da Rua Noel Rosa onde um talo de samba viça no calçamento, viram o pombo-correio cansado confuso aproximar-se em vôo baixo. Tão baixo voava: mais raso que os sonhos municipais de cada um. Seria o Exército em manobras ou simplesmente trazia recados de ai! amor à namorada do tenente em Aldeia Campista? E voando e baixando entrançou-se entre folhas e galhos de fícus: era um papagaio de papel, estrelinha presa, suspiro metade ainda no peito, outra metade no ar. Antes que o ferissem, pois o carinho dos pequenos ainda é mais desastrado que o dos homens e o dos homens costuma ser mortal uma senhora o salva tomando-o no berço das mãos e brandamente alisa-lhe a medrosa plumagem azulcinza cinza de fundos neutros de Mondrian azul de abril pensando maio. 3235-58-Brasil dizia o anel na perninha direita. Mensagem não havia nenhuma ou a perdera o mensageiro como se perdem os maiores segredos de Estado que graças a isto se to
Ser poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela d'Alma da Conceição Espanca
Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida. Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão do meu viver Pois que tu és já toda a minha vida! ... E, olhos postos em ti, digo de rastros: «Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...» Florbela Espanca