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A mostrar mensagens de abril, 2006

Hino da manhã

Tu, casta e alegre luz da madrugada, Sobre, cresce no céu, pura e vibrante, E enche de força o coração triunfante Dos que ainda esperam, luz imaculada! Mas a mim pões-me tu tristeza imensa No desolado coração. Mais quero A noite negra, irmã do desespero, A noite solitária, imóvel, densa, O vácuo mudo, onde astro não palpita, Nem ave canta, nem sussurra o vento, E adormece o próprio pensamento, Do que a luz matinal... a luz bendita! Porque a noite é a imagem do Não-Ser, Imagem do repouso inalterável E do esquecimento inviolável, Que anseia o mundo, farto de sofrer... Porque nas trevas sonda, fixo e absorto, O nada universal o pensamento, E despreza o viver e o seu tormento, E olvida, como quem está já morto... E, interrogando intrépido o Destino, Como réu o renega e o condena, E virando-se, fita em paz serena O vácuo augusto, plácido e divino... Porque a noite é a imagem da Verdade, Que está além das coisas transitórias, Das paixões e das formas ilusórias, Onde somente há dor e falsidad